A Companhia Violetas de Teatro é formada pelas atrizes, mãe e filha, Eleonora e Mayra Montenegro, e pela produtora cultural Marcelina Moraes. Eleonora Montenegro iniciou a sua carreira em 1974, tendo um trabalho ininterrupto dentro do cenário artístico do Estado da Paraíba, do Nordeste e do Brasil, como autora teatral, atriz, cantora e encenadora. É professora da UFPB, onde desenvolve trabalhos na área de Artes (Música, Teatro e Dança), estando atualmente lotada no Departamento de Educação Musical.
Em 1985, com apenas 4 anos de idade, Mayra pede para participar do espetáculo “Ai, meu dentinho!”, texto de Eleonora e direção de Buda Lira, pai de Mayra. Desde então, as duas nunca pararam de trabalhar juntas, nos grupos Bigorna, Artesanal, no Coral Universitário Gazzi de Sá (UFPB), em encenações da Paixão de Cristo em João Pessoa, ou cantando juntas.
Mayra é atriz, cantora, preparadora vocal e professora da Licenciatura em Teatro da UFRN. Em 2012, Eleonora dirigiu o primeiro solo de Mayra: “De Janelas e Luas”, uma poética e lúdica estória escrita a quatro mãos. O espetáculo ganhou o Prêmio do Banco do Nordeste em 2012 e circulou pelo interior da Paraíba e Rio Grande do Norte. Também representou o Brasil em evento na Universidade de Música e Artes Cênicas de Viena, Áustria, em 2014.
Em 2016 estreia o espetáculo “Violetas”, construído a partir da Mímesis Corpórea, sob a orientação de Raquel Scotti Hirson (Lume Teatro) e assistência de direção de Eleonora Montenegro, que também assina a iluminação. Foi quando se juntou à companhia a produtora Marcelina Moraes que, com sua Amora Produções, levou esse espetáculo para violetear pelo mundo. “Violetas” é uma homenagem à mãe de Eleonora e avó de Mayra, dona Wilma, a primeira artista dessa história. O espetáculo já passou por quase vinte cidades brasileiras, de oito estados, de quatro regiões do país, além de uma apresentação na Universidade de Música e Artes Cênicas de Viena, Áustria, em 2018.
Em 2022, estreia “Violetas em Desmontagem”, uma palestra-espetáculo que é parte prática da pesquisa de Doutorado em Artes Cênicas de Mayra (UDESC, 2020-2024), com assistência de direção e iluminação de Eleonora Montenegro. A Desmontagem revela a metodologia e os subtextos do processo de criação de Violetas, e se propõe a ser um ato político de denúncia e combate à violência sexual.
Com seus dois últimos trabalhos, a Cia. Violetas afirma seu caminho de trabalhar com a memória e a autobiografia em cena; os feminismos e a denúncia de violências de gênero; a retomada da própria voz como símbolo de poder e autonomia. São trabalhos onde se integram saberes culturais, aprendizagens espirituais e intelectuais, riscos corporais e confrontações humanas. Assim como afirma a pesquisadora Leonor Arfuch, a Cia. Violetas acredita que voltar a falar é como voltar a viver. Isso também se constitui também em uma ação ética, liberando um caminho do individual ao coletivo: a memória como passagem obrigatória para a história.